terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

COMO FUNCIONA O SISTEMA DE FREIOS - PARTE II


Meu objetivo com esse Blog não é torná-lo uma referência em Física na internet. Muito pelo contrário, o que procuro é ajudar as pessoas a entenderem melhor de seus carros, para que assim, possam cuidar melhor deles. Mas, para que eu possa dar continuidade a série sobre o funcionamento do sistema de freios, veremos alguns dos princípios físicos por trás de uma frenagem.

Isso é necessário para termos uma noção do esforço no qual é exposto um sistema de freios. Para tanto, basta considerar que a energia cinética acumulada pelo veículo durante seu deslocamento aumenta com o quadrado da velocidade. Isso quer dizer que se a velocidade de um carro dobra, ele possui quatro vezes mais energia cinética !!!! Os freios terão, portanto que dissipar quatro vezes mais energia para conseguir parar o veículo!!!

Agora, vamos transformar isso em números... Imagine um carro esportivo, pesando aproximadamente 1.400 Kg, que acelera de zero a cem quilômetros por hora em apenas seis segundos. Parece muita coisa, não? Considere agora a situação inversa, ou seja, uma frenagem à mesma velocidade até a imobilidade. Nesse caso serão necessários ínfimos dois segundos e meio e um potência térmica dissipada correspondente a mil cavalos !!!! É no mínimo impressionante!!

Mas tudo bem, você pode afirmar que estamos falando de um carro esporte, por isso os números tão exagerados. Mas fique sabendo que mesmo seu carro popular é capaz de gerar potência térmica suficiente para Impressionar até o seu vizinho! É isso mesmo. A partir de agora você já pode se orgulhar, afinal de contas seu carro gera a potência de um motor de Ferrari. Pelo menos no freios !!

Até o próximo Post.

Alexandre

Para saber mais sobre o assunto:

sábado, 21 de fevereiro de 2009

PORQUE RODAR COM O AR CONDICIONADO LIGADO AUMENTA O CONSUMO?


Que rodar com o ar condicionado ligado consome mais combustível todos nós sabemos. O objetivo desse Post é explicar exatamente por que isso acontece...

O fato do consumo de combustível aumentar está relacionado ao acionamento do compressor do ar condicionado. Esse componente tem a função de comprimir o gás refrigerante ( por isso o nome de compressor ), fazendo-o circular por todo o sistema. É como comprimir o ar dentro de uma seringa...Trabalho aparentemente fácil, não? Mas experimente fazer isso centenas de vezes por minuto, ininterruptamente...

E é isso que o compressor faz - comprime o gás constantemente. O que é bem diferente de um ar condicionado residencial, onde o compressor liga e desliga, controlando a pressão e a temperatura do gás. No sistema automotivo, uma vez acionado o compressor, o mesmo é mantido ligado permanentemente, e o controle da temperatura e pressão é feito acionando o eletroventilador do radiador.

Então tá...se o compressor fica ligado constantemente o consumo é maior....correto? E se for criado um ar condicionado que liga e desliga o compressor teremos economia, não é mesmo? Bem...não é tão fácil assim...pois um sistema assim prejudicaria a dirigibilidade, porque a cada entrada e saída do compressor, sentiríamos um pequeno tranco, tornando o ato de dirigir uma situação enervante.

O que precisamos entender é que o consumo torna-se maior, pois o compressor precisa de força para comprimir o gás, e essa potencia é retirada do motor através de uma correia. Se a potencia do motor diminui, uma maior quantidade de combustível é injetada para compensar a perda, fato esse mais perceptível em veículos de baixa cilindrada, como nos motores 1.0 dos veículos populares.

O aumento no consumo pode chegar a até 10%, dependendo do veículo, mas pode ter certeza de uma coisa: O conforto proporcionado pelo ar condicionado compensa, com certeza !!

Até o Próximo Post

Alexandre
Dicas AutoServico
  • Ligar o ar condicionado pode aumentar o consumo em até 10%, mas vale a pena.
  • O compressor ligar e desligar repetidas vezes é sinal de falta de gás.
  • Um segundo é o tempo que leva para o compressor ligar após apertarmos o botão no painel.
Para saber mais sobre o assunto:

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

É VANTAGEM CALIBRAR OS PNEUS COM NITROGÊNIO?



Certa vez me perguntaram por que calibrar um pneu com nitrogênio se quando enchemos com ar comprimido já estamos inflando o pneu com 78% do gás? Foi um questionamento no mínimo inteligente.

O Nitrogênio é o gás mais abundante na atmosfera, tendo diversas aplicações na indústria devido as suas características. No segmento automotivo é bastante utilizado em substituição ao ar comprimido para calibrar os pneus, uma solução que é muito utilizada por frotistas.

Mas será que é realmente vantajoso pagar por um serviço quando temos um similar gratuito? Afirmo, sem dúvida, que sim !! ( Desde que você rode bastante com o carro.)

O Nitrogênio à temperatura ambiente encontra-se no estado gasoso, e possui uma estrutura molecular muito simples (N2), sendo estável quimicamente. É insípido, inodoro e incolor. E justamente por estas características não sofre alterações mesmo quando expostos à variações de temperatura. É um gás puro e inerte, que não reage com outras substâncias. Ou seja, se o Nitrogênio fosse uma pessoa, seria aquele cara que se dá bem com todo mundo, não mexendo com ninguém.

A principal vantagem do Nitrogênio é sua estabilidade quando submetido a variações de temperatura, o que não ocorre com o ar comprimido. Considere que quando rodamos com um carro no asfalto os pneus tendem a se aquecer pelo atrito com o piso e o calor da estrada. O Nitrogênio, por ser um gás frio, mantém a pressão interna do pneu estável, e se a pressão não varia tanto durante um trajeto o desgaste da banda de rodagem será mais uniforme, aumentando a vida útil do pneu.

Mais esse resultado apenas é obtido quando o pneu é cheio completamente com o gás. Para tanto, no primeiro enchimento é preciso esvaziar completamente o pneu para em seguida encher com o Nitrogênio.

Pelo custo, torna-se mais viável para quem roda muito diariamente ou trafega por estragas. Por isso é muito usado por pequenos e grandes frotistas, com o objetivo de para aumentar a vida útil dos pneus e reduzir os custos com manutenção. Quando utilizado corretamente, os benefícios são a redução em até 20% do desgaste dos pneus além de proporcionar menor consumo de combustível por quilometro rodado.

Até o próximo Post

Alexandre

Para saber mais sobre o assunto:

sábado, 14 de fevereiro de 2009

CONCEITO POR TRÁS DO AR CONDICIONADO - TEMPERATURA

 No Ensino Médio aprendemos conceitos físicos que imaginamos não terem nenhuma aplicação em nossa vida cotidiana. Definições de Física e Química parecem pertencer apenas as páginas dos livros. Pensando nisso, elaborei esse Post com o objetivo de fazer com que um usuário comum tenha uma noção dos conceitos físico-químicos por trás de um sistema de ar condicionado.

Primeiramente, vamos tentar distinguir a diferença entre calor e temperatura. Observe que há uma diferença sutil entre os dois conceitos. Daí ocorre um erro muito comum que é afirmar que no Nordeste faz muito calor. Na verdade o correto é afirmar que no Nordeste as temperaturas são elevadas.

É comum cometer esse lapso já que Calor e Temperatura são propriedades interligadas. Tão interligadas que não existe calor sem temperatura.

Por definição, Temperatura é a quantidade de energia interna de um corpo. Explicando melhor, quanto mais agitadas as moléculas de uma substância, maior sua energia interna e consequentemente mais elevada é a temperatura. Já o Calor, como veremos nos próximos Posts, é a energia que circula de um corpo com maior temperatura para o de menor temperatura.

Dos estados Físicos da matéria o estado de maior energia interna, ou seja, o que possui maior temperatura é o gasoso. Já o sólido é o estado da matéria com menor energia interna.

Mas após essa pequena revisão sobre o Ensino Médio vem a pergunta - Onde entra o Ar Condicionado nessa história? Explico. Dentro do painel do carro, mais precisamente na caixa de ar, um ventilador aspira o ar externo e lança em direção ao interior do veículo. Como esse ar possui uma certa temperatura será preciso resfriá-lo de modo a climatizar o habitáculo. Mas como isso é feito?

A maneira mais eficiente é fazer com que o ar externo tenha contato com um conjunto de pequenos dutos por onde circula o fluido refrigerante sob baixas temperaturas. Ao passar envolta desses tubos o ar externo cede calor ao fluido, baixando sua temperatura. É esse ar resfriado que sentimos saindo pelas aletas de ventilação do painel.

Interessante, não? Mais interessante ainda é saber que alguns conceitos que estudamos no colégio, com a Temperatura, são aplicados em nossas vidas.

Até o próximo Post.

Alexandre

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

EXISTE LIMITAÇÃO QUANTO A VELOCIDADE DE UM PNEU?

 Todo pneu comercializado segue Normas e Padrões internacionais quanto a suas dimensões, pressões de trabalho, nível de desgaste, e valores máximos de carga e velocidade, determinados em função do tipo de veículo na qual será montado e a condição de rodagem.

Estes valores encontram-se gravados na borda do pneu com o objetivo de informar ao condutor os limites físicos de cada pneumático e, garantir que no momento da troca dos pneus serão respeitadas as indicações de Carga e Velocidade máxima.

O Índice de Carga é um valor tabelado descrito por dois números com o objetivo de indicar a capacidade de carga que cada pneu suporta, em Kg. Já o Índice de velocidade determina a velocidade máxima suportada pelo pneu, sendo descrito por letras maiúsculas.

Observe, por exemplo, um pneu com Índice de Carga 88 e Velocidade T. Estes valores indicam que o pneu pode suportar uma carga de 437Kg e uma velocidade máxima de até 190 Km/h. Como este valores indicam limites físicos e estruturais do pneu devem obrigatoriamente ser respeitados por uma questão de segurança.

Nesse caso, se a velocidade limite for ultrapassada, as fibras da carcaça do pneu podem romper em função da força centrífuga, deformando a banda de rodagem.

Portanto, antes de comprar um pneu é importante não apenas seguir as dimensões descritas no manual do proprietário, mas também obedecer aos índices de carga e velocidade.

Até o próximo Post

Alexandre
Para saber mais sobre o assunto

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

QUAL A LIMPEZA DE INJETORES INDICADA?


Muita gente afirma que existem três tipos de limpeza de injetores...na verdade, existe apenas uma.. as outras devem ser consideradas como descarbonizantes.

Existe uma limpeza química feita com um produto pressurizado que é ligado ao motor, substituindo o combustível. O carro fica alguns minutos queimando esse produto. O solvente existente nessa limpeza retira as incrustações de carbono dos injetores lançando diretamente no motor. O nome desse serviço não é limpeza de bicos, mas sim, limpeza química pressurizada ou descarbonização pressurizada.

A desvantagem é que toda impureza retirada dos injetores é lançada diretamente no motor, além do solvente retirar incrustações e borras das paredes dos cilindros e cabeça do pistão lançando no diretamente no catalisador e sensor de oxigênio, danificando-os.

Apesar de rápido e prático não recomendo esse tipo de serviço. Além do que, caso haja um problema em um dos injetores não podemos identificar, pois os mesmos estão montados no motor.Há também a "limpeza de bicos" com produtos no tanque. Esse tipo de limpeza possui solventes e detergentes que começam a agir ainda no tanque de combustível, removendo os resíduos de suas paredes internas. O problema é que a sujeira será aspirada pela bomba de combustível, e lançada para o filtro de combustível, obstruíndo-o.

E assim como a descarbonização pressurizada todas as impurezas são lançadas no motor, afetando o sensor de oxigênio e catalisador.

Já na limpeza por ultra-som os injetores são retirados do carro e montados em buretas de vidro utilizando um solvente. Essa situação simula o funcionamento dos injetores no veículo permitindo uma análise do leque formado pela injeção de combustível e a vazão, em mililitros, de cada injetor. Esse teste permite ainda verificar se há gotejamento dos injetores. Após essa análise, os injetores são instalados em uma cuba onde ficam pulsando, estando parcialmente cobertos por um detergente. No fundo da cuba um cristal piezo-elétrico que gera uma certa frequência de vibração, produzindo um ultra-som que quebra os resíduos de carbono no interior dos injetores.

A vantagem desse serviço é que além de limpar realmente, lança os resíduos no interior da cuba e não no motor. Esse eu recomendo !!

Alexandre
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